Bom Galerinha... enquanto não temos um caso real para estudarmos, encontrei um caso interessante no livro "Gestão pela Margem" de Claudio Luiz Eckhard
As Lojas Dolar se configuram como uma pequena rede de lojas de varejo na região metropolitana do Rio de Janeiro, especializada na comercialização de móveis, eletrodomésticos e artigos para o lar. São 12 filiais com uma identidade visual padronizada atendendo principalmente à classe C.
O Sr. Arthur foi quem iniciou o negócio, a partir de uma oficina de conserto de eletrodomésticos em frente a um movimentado ponte de ônibus, e o transformou na sólida empresa que era quando faleceu. O empreendimento prosperou não só devido à sua visão comercial mas também à sua capacidade em aproveitar as oportunidades surgidas durante a vigência dos sucessivos planos econômicos governamentais das décadas de 80 e 90.
Seu filho, Carlos, que há dois anos assumiu a direção da empresa, porém, não vê o negócio com os mesmo olhos do pai. Tentando refletir sua visão de empresário, poderíamos ao mar agitado da competição comercial. É que Carlos não crê na competitividade de pequenas redes e, por via de consequência, na viabilidade de novos investimentos no próprio negócio. Como consequência disso, além de não ter aberto nenhuma nova filial, encerrou as operações de uma delas que, a seu ver, não era suficientemente rentável.
A partir da posse de Carlos, notou-se que a empresa passou a ser administrada de forma bastante convencional. A linha de produtos, os preços de vendas e os planos de financiamento passaram a ser idênticos aos dos concorrentes diretos. Os serviços de atendimento e entrega também. Até mesmo as promoções, o material audiovisual, a disposição interna das mercadorias, a decoração e as vitrines seguem as práticas dos concorrentes mais próximos.
A orientação de Carlos para seus gerentes é clara, não aumentar o número de itens da linha de produtos a não ser que sejam bancados pelo fornecedor, manter estoques reduzidos, somente aprovar novos créditos para clientes com prestações em dia, encaminhar pedidos de prazos mais longos às companhias financiadoras, negociar a qualquer custo os créditos de liquidação duvidosa, conceder descontos para pagamentos à vista ou antecipados, evitar campanhas de vendas que exijam um aumento do capital de giro e negociar prazos de compra de forma a gerar sobras de caixa.
As Lojas Dolar têm pedidos bons profissionais, sua prática mercadológicas estão sendo superadas, sua clientela está envelhecendo e seus concorrentes têm crescido a olhos vistos apropriando-se de parcelas do mercado que antes eram delas. Por outro lado, mesmo com um faturamento anual decrescente e uma rentabilidade operacional baixa, tanto a renda de aplicações como a situação financeira são invejáveis.
Esta situação permite que a empresa mantenha cerca de 3,5 milhões de dólares aplicados no mercado financeiro tendo obtido, somente no último exercício, uma receita liquida de aplicações financeiras equivalente a 565 mil dólares e que correspondem a mais de 95% do resultado do Exercício.
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